Em 1º de dezembro de 1934, dia em que Serguei Kirov, líder do Partido Comunista, foi assassinado, Stalin determinou a ampliação da repressão a todos os suspeitos de “organizar atos terroristas”. Ali teve início o chamado Grande Expurgo — a maior repressão policial do século XX. Um evento carregado de suspeitas, no qual os guardas e a família daquele que vinha sendo considerado um possível substituto de Stalin, foram igualmente assassinados.
A Avis Rara lança este mês “Os Tribunais de Stálin” de Nicolas Werth, que traz a tona os fatos sobre as execuções sumárias que Stálin realizava em seu governo para acabar não apenas com opositores, mas com possíveis substitutos, e como isso gerou uma espécie de culto a uma das figuras mais cruéis de nossa história.
Durante anos, inúmeros funcionários do governo soviético foram presos, detidos e executados. A mensagem da eliminação dos adversários de Stalin se espalhou, estendendo-se cada vez mais em círculos internos — membros dirigentes do próprio partido. Os acusados, submetidos a julgamentos públicos — tribunais ilegais, falsos —, confessaram por unanimidade os crimes mais repugnantes e inacreditáveis.
Uma parte significativa da opinião internacional, por sua vez, se limitou a observar à distância com prudência, pois a comunicação e as informações não circulavam naturalmente… e todos dependiam dos informes oficiais. Nicolas Werth, historiador francês e especialista em história soviética, reconstrói, juntamente com a turbulenta história dos grandes processos públicos, a origem e a dinâmica deste momento extremo de lógica totalitária.
Levando em consideração novos dados e debates históricos recentes, as informações aqui contidas tratam para além das trivialidades sobre o culto a Stalin ou das generalizações sobre o totalitarismo: o autor oferece dados, documentos e ferramentas que nos auxiliam a compreender o que ocorreu verdadeiramente nesse trágico período.
“Os fatos são conhecidos há muito tempo, na verdade, desde sempre, já que foi um dos raros acontecimentos soviéticos anteriores à guerra cobertos pela imprensa ocidental. Mas, por esta mesma razão, a grande onda de repressão durante a qual Stalin se livrou de milhares de membros dos quadros do Partido Comunista, até aos últimos companheiros próximos de Lênin, como Zinoviev, Kamenev ou Bukharin, representou “um acontecimento formidável”, como escreveu Nicolas Werth na abertura deste livro. Os Julgamentos, de fato, mascararam outro, maior e mais profundo: o desenvolvimento acelerado de uma “gestão policial do social” que culminaria, em 1937 e 1938, com o Grande Terror. Isto é, não mais um paroxismo de paranoia confinado aos círculos de poder, mas a sistematização da “engenharia social” destinada a purificar toda a sociedade dos elementos que supostamente impediriam a marcha para a felicidade comunista. MAIS DE UM MILHÃO DE PESSOAS FORAM ENTÃO DEPORTADAS; 750.000, EXECUTADAS. (…)” – Le Monde
Ficha técnica
Título: Os Tribunais de Stalin
Nº de Páginas: 224
Preço: R$59,90
Sobre o autor:
NICOLAS WERTH escreveu vários livros que abordam a violência soviética em grande escala. É historiador francês, especialista em história soviética e diretor de pesquisa do Instituto de História do Tempo Presente, no Centro Nacional de Pesquisa Científica, na França. Nicolas é filho de Alexandre Werth (1901-1969), um jornalista de guerra britânico, com cidadania russa, que escreveu sobre a França antes da guerra e sobre a Rússia durante a Segunda Guerra Mundial, em que destacou a Batalha de Stalingrado e o Cerco de Leningrado. Nicolas também é coautor do popular O Livro Negro do Comunismo, onde redigiu capítulos dedicados à URSS.
Para mais informações:
Assessoria de Imprensa
Andrea Jocys
andrea@agenciablogueria.com.br
+55 (11) 98146-2630
Deixe uma resposta