Não é de hoje que os tentáculos do politicamente correto estão em nossa sociedade. Já faz tempo que existe um movimento para que o autoritarismo do bem fosse elevado à comportamento padrão, e os avisos e alertas sobre os perigos dessa conduta foram anunciados pelo ensaísta francês Philippe Muray. Na década de 1990 o achavam alarmista, exagerado, até messiânico. Hoje, o que Muray narrou, é o que vivemos em todas as esferas sociais. Bem-vindo ao regime do império do bem.
O selo Avis Rara lança este mês um dos livros mais aclamados de Philippe Muray, “O império do bem”. Publicado há mais de duas décadas, Murray apontava em seu estudo que o crescimento de um falso moralismo levaria ao poder a tirania e destruiria a razão.
Desde a publicação de “O império do bem” o domínio do politicamente correto cresce sem parar. E o homem contemporâneo vive perdido na ditadura dos clichês, no culto da bondade que avança sobre nossas vidas e vai restringindo nossas liberdades.
Teoria desagradável para alguns, quase profética para outros, Muray lançou uma luz sobre o mundo quando tudo o que previu parecia um olhar pessimista sobre nossas sociedades. O futuro chegou e as profecias se concretizaram. Cabe a nós entendermos todo o processo para tentar impedir o avanço dessa marcha em direção a uma onda cada vez maior do grande e bom autoritarismo
Em “O império do bem” os alvos do autor são todas as formas de autoritarismo disfarçadas de civilidade. Com uma escrita e pensamento extraordinários, a obra de Muray proporciona um verdadeiro alívio nesses nossos dias. Distanciando-se do “totalitarismo dos bons sentimentos”, ele foi capaz de renovar o arsenal cognitivo para descrever o espírito da nossa época e analisar a nova civilização que emergiu no Ocidente na virada da década de 1990 e que se desenvolveu consideravelmente desde então.
Do que Muray tinha medo? Da devoção a um Bem com B maiúsculo que não pode ser questionado, sendo a fonte de inúmeras tolices e o caminho mais curto para novas formas de barbárie. Certamente, o império do Bem nunca deixa de inventar novas modas para arruinar as nossas vidas, impondo o seu ideal de virtude em todos os quadrantes. Pelo menos, Muray nos deixou ferramentas para ridicularizá-lo.
Ficha técnica
Título: O império do bem
Nº de páginas: 128
Preço: R$34,90
Sobre o autor:
Ensaísta e romancista francês, Philippe Muray nasceu em Angers, em 1945. De acordo com o próprio autor, seus pais contribuíram significativamente para a sua educação literária. Estudou humanidades em Paris e, em 1983, lecionou literatura francesa na Universidade de Stanford, na Califórnia. Polemista e satirista de talento, admirador de Balzac, Céline, Bloy, Bernanos e Péguy, criticou o que considerava os absurdos e as anomalias do mundo contemporâneo. Classificado como um antimodernista cultural, entre as suas diversas obras, destacam-se Postérité, On ferme, Exorcismes spirituels, Après l’Histoire, Chers djihadistes e Minimum respect. “O Império do Bem” é a sua primeira obra publicada no Brasil. Morreu em Paris, em 2 de março de 2006.
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